DOCES CONVENTUAIS de Amarante

Designa-se por doçaria conventual os doces confeccionados nos conventos, caracterizados por serem, na sua maioria, compostos por grandes quantidades de açúcar e gemas de ovos. A origem da doçaria conventual em Portugal terá origem no século XV. Terá sido neste período que o açúcar entrou na tradição gastronómica dos conventos. O principal adoçante até esta altura era o mel, sendo o açucar um ingrediente vulgar.
Foguetes de Amarante
Os foguetes de Amarante são uns famosos doces regionais, de origem conventual, à base de ovos-moles e amêndoa, enrolados em hóstia e passados numa calda de açúcar.
A receita, tal como muitas outras iguarias da doçaria conventual amarantina, nasceram na cozinha do Convento de Santa Clara de Amarante, fundado no século XIII. As deliciosas receitas da doçaria conventual criadas pelas irmãs clarissas transpôs as portas do convento nos finais do século XIX e ainda hoje a tradição se mantém viva, fazendo as delicias de todos quanto saboreiam estas doces tentações.
Ingredientes:
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125 g de amêndoas
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250 g de açúcar + 250 g p/ a calda
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2 ovos
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7 gemas
Confeção:
Leve o açúcar ao lume com um pouco de água e deixe ferver até fazer ponto de espadana (a calda corre da colher em fila larga).
Junte as amêndoas peladas e raladas e deixe cozer até engrossar. Retire do lume e, depois de frio, adicione os ovos. Mexa muito bem e leve novamente a lume brando, mexendo sempre, para cozer os ovos.
Corte as hóstias em quadrados com 5,5 cm e, com um pano molhado em água fria, humedeça-os individualmente. À medida que o vai fazendo, coloque o recheio com o preparado anterior, bem frio, enrolado em forma de charuto.
Leve os foguetes ao forno, devendo os topos ficar virados para o lado do calor.
Depois de frios, passe-os por uma calda de açúcar em ponto de pérola (o fio que corre da colher é espesso, ficando uma gota suspensa na extremidade, como se fosse uma pérola) e deixe-os secar.

Brisas do Tâmega
As brisas do Tâmega são doces regionais de Amarante, provenientes da doçaria conventual, com a forma de barquinhos, recheados de doce de ovos e miolo de amêndoa. As brisas foram criadas pelas clarissas do antigo Real Convento de Santa Clara, mas as Invasões Francesas obrigaram à retirada das freiras e à rápida difusão da receita pelas famílias da vila e pelas lojas junto ao rio.
Em Amarante, diz-se que a doçaria conventual nascida nessa região (brisas do Tâmega, papos de anjo, foguetes e lérias) rivalizam em fama com o convento e a ponte, marcos turísticos da vila.
Hoje em dia, adquirem-se as formas de barquinhos de baunilha que se enchem com o recheio, o que simplifica a confeção.
Ingredientes:
Para o recheio
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12 gemas
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1 cálice de vinho do Porto
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300 g de miolo de amêndoa
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300 ml de água
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500 g de açúcar
Para envolver
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24 barcos de bolacha
Confeção:
Ferva o açúcar com a água, até atingir o ponto de pérola (quando se levanta a colher, corre um fio espesso, ficando uma gota suspensa na extremidade).
Misture as gemas, batidas e coadas por um passador de rede fina, com o miolo da amêndoa moído e o vinho do Porto.
Leve a lume brando, mexendo sempre até engrossar. Retire e deixe arrefecer um pouco.
Encha os barquinhos com o recheio até cerca de ¾ da sua capacidade e, por cima, deite a calda de açúcar.

Lérias
Os doces mais conhecidos de Amarante são de origem conventual. As lérias, à semelhança dos foguetes de Amarante, os papos de anjo e outras deliciosas receitas provêm do Convento de Santa Clara.
As lérias são feitas à base de amêndoa e açúcar escuro, cortadas em rodelas grossas que vão ao forno e são passadas em calda de açúcar. A sua doçura, assim como o aspeto atraente e singular, tornaram-nas num doce conhecido e muito apreciado.
Ingredientes:
Para as lérias
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100 ml de água morna
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500 g de açúcar escuro
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500 g de amêndoas peladas e raladas
Para a calda
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100 g de açúcar
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2 colheres (sopa) de água
Confeção:
Amasse bem todos os ingredientes das lérias com a água morna.
Depois de bem amassado, deixe o preparado descansar um pouco.
Com as mãos enfarinhadas, faça rolos e corte-os em rodelas grossas, que depois espalma com a mão.
Disponha as lérias num tabuleiro polvilhado de farinha e leve a cozer, em forno pré-aquecido a 180º C, cerca de 15 minutos.
Quando retirar do forno, deixe as lérias arrefecerem antes de as soltar do tabuleiro.
Para a calda, leve o açúcar e a água ao lume até atingir o ponto de espadana (a calda escorre da colher em fitas largas, com o aspeto de lâmina).
No final, passe as lérias pela calda e deixe-as secar em redes. Sirva-as ou guarde-as em caixas hermeticamente fechadas.
